sexta-feira, 18 de junho de 2010

EE! Ame-o ou deixe-o.

EE é a sigla para Extended Essay, que eu descreveria (é assim? FFFFFU-) como uma monografia que decide grande parte do nosso IB diploma, cujo tema nós mesmos podemos escolher, e que ocupa o lugar de um dos deveres de casa que todos os alunos do Adriático têm para as férias. Delícia.

Pessoas normais reclamariam e diriam que férias com um dever de casa desses não são férias e esse tipo de coisa. Mas eu deveria confessar que AMO a existência de uma tarefa dessas, porque me deu a oportunidade de estudar algo pelo que sou apaixonada (provavelmente depois de ler tudo o que tenho de ler vou acabar detestando, mas ainda assim, prefiro detestar depois de saber muito...).

Estou fazendo o meu em História, e a pergunta base pra minha pesquisa poderia ser traduzida mais ou menos como "Como e até que ponto a ditadura militar brasileira de 1969 a 1974 influenciou a educação pública na cidade do Rio de Janeiro?"

Eu amo amo amo temas envolvendo educação, amo estudar sobre esse período, e vou amar o clima profissional com que a pesquisa tem de ser feita.

Agora, digam-me. POR QUE RAIOS eu só encontro livros + documentos que dizem que a ditadura militar teve efeitos negativos na educação pública?

A gente sabe a resposta. hahah

Maldita necessidade da imparcialidade, sinceramente.

YAY!

Do lado de fora.

Estar do lado de fora da utopia é um tanto quanto assustador. Assustador porque estar de volta ao Rio, desde o momento em que o avião sobrevoou a cidade ao entardecer, revelando milhares de luzes, me fez lembrar que o mundo é grande - e muito. Não se resume aos 4 mil habitantes de Duino, onde é fácil reciclar, onde é normal separar o lixo, etc, etc, etc.

A percepção do quanto o mundo é grande - do quanto o Rio é grande - me dá medo simplesmente porque eu vivi numa realidade próxima àquela que eu idealizo e, quando me vejo do lado de fora, sinto-me quase perdida. É difícil saber por onde começar, e seria quase cruel, quase ridículo, ir falar à população pobre que vive cada dia se preocupando com o de comer no dia seguinte, que eles deveriam se preocupar em separar o lixo que usam, em preservar o ambiente, em não deixar a torneira ligada.

Cansei de ser olhada como se eu fosse retardada quando eu dizia algo como "mas isso não é ecologicamente correto".


IM NOT A TREE-HUGGER, FUCK!

(Não dá pra fazer a frase acima piscar em neon estilo Moulin Rounge?)

De qualquer forma. É difícil não saber por onde começar, e só agora me sinto à vontade para escrever aqui sobre parte dos 3 meses que figurarão o meu retorno - ainda que temporário.

Foi difícil também me ver sem ter o que conversar com as pessoas a quem considero melhores amigos. Digo, sem ter o que realmente conversar, à parte de sessões de perguntas sobre o que aconteceu na minha vida. Aconteceu até com o meu pai, que por duas semanas reduziu nossas conversas a perguntas e respostas.

Depois de um tempo eu, e as pessoas tambem, conseguimos chegar ao balanço de conversar normalmente e as informações sobre o tempo de distância vieram normalmente, do jeito que a gente gosta. Let it be.


Aos poucos me acostumo a estar em casa de novo. Televisão ligada o tempo inteiro figura meu inferno diário. ODEIO ESTA PORRA. Nescau na cama aos fins de semana, frutas chegando aqui em casa, carregadas pelo meu pai quando vem pra rua, e ninguem, eu digo NINGUEM pulando nelas e gritando "FRUUUITS!". Maravilha.

É bom estar com as pessoas daqui, vê-los, me adaptar de novo. É bom estar com as pessoas aqui de casa (e isso NÃO inclui os três gatinhos infernais da minha irmã), ainda que, pelos meus posts relutantes em deixar Duino, eles tenham acreditado, profundamente, que era um sacrifício pra mim ter de voltar.

AH, se eu pudesse ser explícita... Não haveria mal-entendidos.



BTW...

Mudei o troço do blog e coloquei uns negócios baratos-coloridos-wannabe-cool. Depois melhoro esta merda.