sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

"Ci vediamo yesterday!" - Abruzzo PW ♥


Aqui no Adriatico nos temos uma coisa que chamamos de Project Week. Essa semana consiste em grupos de alunos viajando juntos pra lugares diferentes e realizando um projeto, que normalmente se resume a serviço social de natureza variada, divulgaçao do movimento UWC, etc.

Eu escolhi ir para Abruzzo, uma regiao no centro da Italia que foi atingida pelo terremoto no ano passado, separada de Roma por algumas montanhas e deliciosamente ensolarada em pleno fevereiro. Ainda lembro do primeiro encontro que tivemos com o supervisor/organizador do projeto, Alberto (a.k.a. Alby). Perguntamos se ele ja sabia onde iriamos dormir, comer, o que exatamente iriamos fazer e tudo mais, e para todas as perguntas recebemos a mesma resposta, seguida de gargalhadas: "I dont know!"
Enquanto as expectativas dos outros foram ao chao, as minhas cresceram de alguma forma. Eu conheço o quao legais viagens nao bem organizadas podem sair.

Por fim, na madrugada do ultimo sabado pra domingo, la estavamos todos nos, e com TUDO certissimo pra viagem (Alby é competente, hm): Alisha (Malasia), Zytha (Aruba, ilha do Caribe), Martin (Eslovaquia), Solveig (Dinamarca), Tony (Bulgaria), Amika (Japao), Alex (Nova Zelandia).

Depois de uma viagem de seis horas, com o Martin cantando musicas Triestinas e enlouquecendo a nos todas (note-se que o Martin era o unico garoto), chegamos  a uma cidade LINDA e quente, Chieti.

Detalhe: Nos ficamos hospedadas numa especie de colegio interno para italianos jogadores de futebol. Deviam ser uns 25. Eles foram extremamente legais com a gente, conversas regadas a MUITO riso desde a primeira noite. Um dos meninos (a.k.a. Pesce) tinha um sotaque napolitano hilario e me fez rir muito com o italianes desastrado. "Ci vediamo yesterday!" ("Nos vemos ontem!" quando ele queria dizer "nos vemos amanha", for God's sake). 

O nosso grupo fez mais de 25 apresentaçoes pra 500 estudantes sobre o UWC, visitamos um centro para refugiados do Haiti, depois do terremoto, e tivemos uma tarde linda com pessoas portadoras de deficiencias fisicas e mentais.

Fomos a museus maravilhosos e a uma igreja onde esta o que chamam ser o rosto de Jesus. Sou foda, depois de ter andado sobre a agua (na fonte congelada, em frente ao Palacio de Versalhes, nas ferias), vi Jesus. Dizem que um manto cobriu Jesus depois que foi crucificado, e que a energia Dele era tao forte que o rosto ficou impresso no pano. Eu achei uma piada e acho que se Jesus visse o quanto de gente precisa de coisas materiais pra acreditar e servir de base, acharia uma piada tambem (e perdao caso tenha ofendido a alguem, nao levem para o lado pessoal). Fomos a um grande mercado onde encontramos um velhinho que queria nos vender Viagra, tomamos um sorvete delicioso, rimos e cantamos durante a viagem, fizemos amigos italianos (os jogadores de futebol, heh) e tudo mais.

Eu nao poderia dizer o QUANTO essa semana significou pra mim. Se eu quotasse todas as interninhas que nos tivemos, se eu contasse detalhadamente todos os momentos divertidos, as conversas com a Tony e a Amika antes de dormir, nao faria sentido algum. Prefiro que so eu entenda o por que do fato de que nos, estudantes, e o Alberto, quando vamos brindar, ao inves de "tintin" (que inclusive significa uma coisa nao muito boa em japones), dizemos "drinke drunke dranke!". Ou quando eu e a Alisha nos vemos no colegio e nos despedimos, dizemos "See you yesterday!", e por ai vai.



>>> In the mean time, on messenger... <<<
Helen    -  I love Jack! says:
Alberto, your PW is so damn expensive!
Alby >MulekePiranha< says:
All right. If you find it expensive just say to the president that nobody is going to advertise the UWC in Abruzzo...
> Helen - I love Jack! disconnected  and is offline <




Ciao, ci vediamo ieri.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Sujo falando do mau lavado.

Nenhum titulo poderia ser melhor.

Hoje, enquanto estava rodando por websites de jornais internacionais pra achar um artigo que servisse pro meu Internal Assessment de Economia, eu encontrei esse artigo, publicado no The Economist, um jornal Britanico, falando sobre os excessos brasileiros cometidos na area fiscal.

O artigo chama "Joining the carnival spirit", fazendo uma analogia extremamente ironica sobre os excessos cometidos no carnaval e os excessos cometidos na economia brasileira ou algo do tipo.

Num artigo que tinha elementos para ser bom, o tal sujeito fala até mesmo das camisinhas distribuidas pelo Ministério da Saude assim que passageiros de aviao chegam ao Brasil nessa época do ano. Acho ridiculo - Nao a distribuiçao de camisinhas, mas a critica forçada.

O artigo fala de alguns pontos com os quais concordo, mas poderia ter-se limitado a um texto mais livre de preconceitos e puritanismo - Se a palavra nao existe, acabei de inventar. Como bem pontuou José Paulo Kupfer n'O Estado de Sao Paulo, o autor do artigo cometeu um excesso ao falar de excessos brasileiros. Sujo falando do mau lavado.


Cliche essa historia de ligar o Brasil ao Centro De Orgias da America Latina, nao? Sem contar que, com a AIDS presente em tantos paises, eu acredito que a distribuiçao de camisinhas nao seja incentivo ao sexo, mas sim prevençao a uma doença.

Puritanismo do autor? Na minha terra isso tem outro nome.

E se a distribuiçao de camisinhas for incentivo?

Bom seria que o carissimo autor do artigo recebesse algum, porque é isso o que lhe parece faltar.


Bacio a tutti!

Esperança equilibrista.

Hoje me sinto muito orgulhosa de alguem. Por motivos que eu e pouca gente sabemos. Ele sabe que o show deve continuar.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Nao fui eu, Manel. Foi meu eu-lirico.

Ciao a tutti. :D

Ainda me lembro quando me inscrevi pra seleçao de pessoas a participar da MUN no Egito e nao fui selecionada. Hah. Very big deal. A verdade é que as pessoas aqui acham essas coisas importantes - assim como eu. A diferença se da na nossa intensidade.

Pois bem. Por fim, vi uma nota na espécie de diario comunitario que nos temos aqui, falando sobre um tal Festival de Criatividade de Maribor, na Eslovenia. Com English essay, economics internal assessment, history essay, 2 lab reports e coisas do tipo, passei longe do festival quando vi que precisavamos escrever um outro essay pra que fossemos selecionados.

Até que, no ultimo dia de inscriçao, graças a um outro aviso no diario, eu decidi escrever a bendita redaçao e deixei todas as outras coisas pavorosas pra tras. Eles pediram algo criativo na redaçao, nada formal. Escrevi em 500 palavras algo como "I want to go to the Spring Festival in order to refute my favorite poet" (Eu quero ir ao Festival de Primavera para refutar meu poeta favorito), esse tipo de coisa que pessoas que se acham artisticas acham diferentes e tem sua atençao presa por esse motivo e tudo mais. Por fim fui selecionada. Hah. Very big deal.

O negocio é que eu nao mereço ir ao Festival. Porque eu sou uma mentirosa terrivel. Na redaçao eu disse que meu poeta favorito é o Manuel Bandeira e eu nem tenho um poeta favorito!E pior, eu disse que queria refutar um sujeito que nem é meu poeta favorito, quando na verdade nem ligo a minima pro que ele pensava ou deixava de pensar.

O problema é que eu queria muito ir ao Festival. E dai eu poderia escrever esse tipo de coisa simples do tipo "Hey. I wanna go to the Festival because writting is what makes me the happiest person on earth. My best regards, Eduarda." (Hey. Eu quero ir ao Festival porque escrever é o que me faz a pessoa mais feliz do mundo. Meus cumprimentos, Eduarda.). E eles olhariam pra isso e partiriam pro proximo email 5 minutos depois. Ou nao.

O lance é que quando pedem pra que voce seja criativo, pedem pra que voce escreva algo diferente do que a maioria iria escrever. O lance é que eu sou normal, e eu quero ir a uma droga de festival porque eu amo escrever e pronto! Mas nao. Entao, em nome da criatividade, eu disse que queria refutar o coitado do Manuel Bandeira - do qual so conheço uma duzia de poemas - porque ele dizia que ele nao escrevia poesia quando ele queria mas sim quando ela, poesia, queria. Ok, eu nao concordo mesmo com isso. Boa palhaçada melodramatica e tal. E dai expliquei o porque, e dei argumentos correlacionando-os com o Festival, com inspiraçao, e ainda me dei ao direito de terminar dizendo que eu e o Festival combinavamos um com o outro e toda essa besteira.

Hah. Mas enfim, acho que o Festival vai ser muito bom e me fazer sentir util e criativa de novo. Finalmente vou ter tempo pra me dedicar a escrever e tudo mais. é. Pelo menos eu disse isso, como uma verdade, tambem.

Na verdade as unicas mentiras foram que o Manuel Bandeira era meu poeta favorito e que eu queria refuta-lo. Hah. é que isso foi o ponto alto da redaçao e tudo mais. 

Mais verdade ainda é que nao fui eu quem escrevi tudo isso e portanto nada era mentira. I mean, quando eu escrevo nao sou eu mesma. Sou so o meio, e pessoas artisticas deveriam entender isso. Fui criativa e escrevi uma historia. A historia da garota que realmente queria refutar o poeta favorito dela, que por  um acaso era o Manuel Bandeira. Entao nao fui eu, Manel.

Foi meu eu-lirico.

Bacio.

P.S.: Sofro de consciencia inversa. Cuidado. Potencial para sociopatia.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Ignorance is bliss.

"Ok too much time, say something."
"The guys want to make a video saying that people need latinos because we're sexy and we know how to dance. Sometimes defending my ideas makes me so damn tired. Because I have to repeat them, and changing this situation gives me so much work."
"Wow. This is bad. People dont need you guys because you know how to dance and are in fact sexy. I mean, they can have teachers to learn how to dance and porn magazines to go on on teenage."
"Why do you need me?"
"... I need you because you're down on earth even if you pass some time dreaming with your eyes opened there in your bed. Because you tell people what you think and you're not afraid of that."

Engraçado ouvir isso da minha roomate. Ou nao. Fez com que eu voltasse a pensar.

Li o ultimo post da Beth, minha co-year que esta no UWC da Costa Rica, e ela me fez pensar, e o pensar me fez querer contar algo.

Desde que cheguei aqui nao escrevi mais nada. Nada, nada, nada. As historias longas que eu costumava escrever, as palavras que ja faziam parte do meu "estilo", tudo ficou guardado pra quando eu encontrasse tempo de pensar.

E isso é engraçado também. Ou nao.

O tempo para que se pense, aqui no Adriatico, é raro. Aqui as coisas se resumem em açao. Faz-se aquilo, faz-se aquilo outro. Bom? Bom, otimo. Mas eu sou das que começam a revoluçao na minha cama. Literalmente. O que eu quero dizer é que eu criei o costume, desde que cheguei aqui no colégio, de requerir - roubar pra mim - o tempo de pensar sentada na minha cama. Minhas roomates ficavam assustadas no inicio quando percebiam uma estranha sentada na cama com  olhar vago, mas hoje em dia, se nao entendem, respeitam. é preciso pensar. Pense, que as flores nao se resumem em açao. Pensar sobre coisa aleatorias, sobre o que eu tenho feito, o que tenho falado, o que tenho ouvido. E é ai onde a revoluçao começa. E é ai onde ela termina, se voce nao divide.

Quando penso sobre o UWC, sobre o castelo encantado que eu tinha na mente antes de vir, e no que o UWC do Adriatico realmente é, eu penso sobre todos esses candidatos agora, com pensamentos parecidos com os que eu tinha.

Eu poderia dizer pra que coloquem suas expectativas um pouco a baixo, uma vez que o colégio é feito de carne e osso. Vos digo. Mas de certa forma retiro tudo  isso, porque me disseram, e nao funcionou pra mim, e eu estou feliz por isso. é bom que haja a decepçao. A decepçao funciona de certa forma para que nos indignemos e queiramos mudar algo - E neste ponto eu me levanto da cama. E os candidatos, futuros UWCers, deveriam fazer o mesmo.

Aqui no Adriatico tem muita gente arrogante. E eu nao falo so de alunos. Muita gente egoista, muita gente que nem precisa ser rica pra se sentir melhor que os outros. Muita gente que nao liga a minima pra um mundo sustentavel, muita gente que nao desvia os olhos do proprio umbigo. Eles existem aqui e no mundo todo, como a Beth bem disse. Existem no Brasil, ao lado da minha casa, na escola, em tudo quanto é canto.

Encontrei muita gente linda tambem, porque dividi a revoluçao insignificante que estava na minha cabeça. Encontrei uma Carlota da Espanha que grita comigo quando preciso de alguem pra gritar junto. Encontrei uma Blanca da Espanha que esta comigo quando penso e quando ajo. Encontrei uma Shai de Israel que esta comigo quando quero reclamar, quando quero me calar, quando quero agir. Encontrei uma Aye feminista da Argentina e um Pabel que é a criatura mais doce e isso basta. Encontrei uma Marta pra questionar tudo o que digo.

Eu poderia dizer para que futuros candidatos nao pensem que, vindo pra UWC, vao encontrar um mundo maravilhoso e que vao fugir do mundo real, ou que vao encontrar todos comprometidos em mudar o mundo. Vos digo. Mas nao se conformem. Existe gente ruim e arrogante em todo lugar, mas nao façam parte daquelas pessoas na sala de jantar, essas pessoas da sala de jantar... que sao ocupadas em nascer...


...

Qual é a primeira coisa...

Que voce pensa quando escuta a palavra "brasileiros"?























Pois bem. A Semana Latina esta chegando, e eu e os hermanos começamos a nos organizar, todos. Estamos até indo muito bem. Eu e a Marcela decidimos fazer uma apresentaçao de Bumba Meu Boi no show. Com direito a boi, coreografia, roupas e tudo. O boi, vamos começar amanha.
E, por fim, me parece que a camisa da Semana Latina vai finalmente respeitar a nossa diversidade (que é meu elemento favorito da America Latina) e vai abrir mao dos estereotipos.

Tive a idéia de fazer algo sobre o Norte do Brasil por um monte de razoes. Primeiro porque ninguem realmente sabe sobre a cultura do Norte - Pra muito gringo a imensidao do Brasil é dividida entre Rio e Sao Paulo. Brasilia, tavez (se eles nao acharem que a capital é o Rio - ou pior, Buenos Aires). Segundo, porque quando eu estava com a cabeça vazia, sem saber o que eu queria mostrar, decidi pensar o que eu queria quando vim.

Lembrei que eu disse sobre a literatura de cordel, sobre as festas juninas, sobre esse bando de festa que  a gente tem no Norte, que sao lindas e pouca gente conhece. Tem tambem o fato de que parte da minha familia é do Norte. E dai sei la. Sugeri, a Marcela gostou, decidimos fazer, e estamos entusiasmadas.

Outra coisa que nos devemos fazer é uma especie de arranjo. Tom Jobim, Elis Regina, Tribalistas (a Shai morreria sem os ultimos  lol). Quero colocar Chico. Chico é vida. Chico é nele mesmo um estilo diferente de musica. Sei la. Amo Chico.

Dai hoje, quando eu, a Marcela e a Lygia estavamos entediadas na Foresteria, decidimos fazer um video. A idéia veio meio de repente, so pra distraçao. Fmos de quarto em quarto, residencia em residencia, perguntando "O que voce pensa quando dizemos "brasileiros"?"

As respostas foram esperadas, com exceçao de algumas que me agradaram bastante. O Prashamt, da India, disse "Sugar!" (açucar). Uma menina asiatica disse algo como "felicidade". O disse "Chico Buarque" (heh, esse me conhece pelo menos um pouco).

As outras foram aquelas que eu detesto, mas que conheço. Nao voei no pescoço das pessoas, é claro, porque eu ja esperava as respostas. Meia duzia de "praias", outra dezena de "carnaval", meia centena de "hot" e "sexy girls". Odeio isso. Odeio, odeio, odeio. Odeio sinceramente. Odeio a ditadura militar que vendeu uma imagem tao escrota da gente.

Odeio que um pais tao incrivel seja visto apenas como um grande pandeiro, um grande forno, um grande resort ou um grande puteiro.

Um dos meninos disse algo como "Oh, you dont wanna hear what I think." ("Ah, voce nao quer escutar o que eu penso"). Eu e a Marcela dissemos que ja tinhamos escutado de tudo e estavamos um tanto quanto enganadas. A resposta foi "beaches and bitches" (praias e putas). Dai eu fiquei puta, puta da vida, ainda que eu tivesse perguntado, ainda que eu quisesse uma resposta franca. Tentei controlar minhas sobrancelhas arqueadas, sorri e disse que esperava mudar os conceitos dele. A verdade é que eu o estava matando com meus olhos. Minha roomate Australiana, que ja me conhece relativamente bem, saberia.

Mas de qualquer forma eu nao fiquei aborrecida com o menino que dizia isso nem nada. Fico aborrecida com quem vende essa imagem. Uma vez, num dia muito especial, me perguntaram "E quem vende essa imagem da gente?" Eu pensei por uns minutos e nao sabia responder. Acho que ainda nao sei. Quando souber, o(s) sujeito(s) pode(m) considerar-se em perigo.

Espero mesmo mudar os conceitos dessa gente. Espero e quero, quero muito. Entao o meu pais é um puteiro com resort? 

As pessoas sempre me dizem pra que me acalme quando eu falo dessas coisas tao apaixonadamente. Me acalmar é o cacete. Eu NAO estou nervosa. Estou indignada com tanta babaquice.

Mas enfim. Foi bom ouvir tudo isso. Agora eu tenho certeza do que eu quero mudar. Ou pelo menos vou tentar. Vou mostrar o que a gente tem de bonito e feio. Ha a possibilidade de que eu seja uma chata com toda essa coisa. De ser tirada de velha porque nao levo na brincadeira. De ser tirada de mau humorada.

Pois que eu seja velha mau humorada - Ainda que eu nao ache que me vejam assim. O que eu nao vou é levar na brincadeira uma coisa que na verdade esta la no fundo da mente das pessoas. "Mas ninguem pensa assim mesmo, Duda" foi o que a Marcela me disse. O que ela quis dizer, eu acho, é que ninguem realmente pensa que nos somos o que eles tiram como esteriotipo. Realmente. Até porque nao damos razao nenhuma para que algo assim aconteça.

é so que eu vou, sim, ficar puta da vida toda vez que souber de um brasileiro/a discriminado em qualquer lugar por causa desses esteriotipos ridiculos. Vou, sim, ficar indignada toda vez que sou apresentada a alguem e a pessoa me pergunta sobre futebol depois de saber minha nacionalidade.

"I hate sports." é o que eu digo."And no, I dont like samba."

Vou ficar indignada muitas vezes? Talvez. Nao me incomoda. Nao me fere internamente, mas meche com o que eu acredito, e eu sou fiel e defensora das minhas crenças. Sempre fui. Sou quando escuto alguem dizer que nao acha que gays deveriam adotar crianças, quando dizem que imigrantes deveriam deixar de "infestar" paises ricos, quando, quando, quando...

 A primeira coisa que EU penso quando escuto a palavra "brasileiros"? Eu penso nos meus amigos. Nos meus vizinhos. Nos meus pais, no meu colegio. Em gente corajosa e cuja beleza externa é nada perto do que ha por dentro.

A camisa da semana latina provavelmente vai conter a frase "ser revolucionario é nosso esteriotipo". Que se preparem. (:

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Medical Center Holidays

Hoje é o meu ultimo dia aqui no centro médico do UWCad e tenho de dizer que nao foi tao ruim assim. Dormi doze horas por dia, tirei "férias" da escola, as pessoas vieram me visitar aos montes e fizemos mini festinhas com filme quando todo mundo veiod ormir aqui comigo. Trouxeram comida da mensa pra mim, o Shoya comprou chocolate pra mim todo santo dia e até o Julian, professor de ingles (aquele que de mais detestado passou a ser considerado meu melhor professor), veio me visitar.
Agora saindo daqui, volto pro mundo "normal". Diversos testes pra fazer, começo da apresentaçao de Teoria do Conhecimento, lab reports de biologia acumulados. Quero me sair bem no teste de matematica na terça.

Ontem a Lygia e a Marcela vieram pra ca e foi um dos dias mais engraçados do Medical Center. A Lygia tem se tornado muito minha amiga aqui, assim como a Carlota, da Espanha. A lygia provavelmente porque nosso humor é extremamente parecido e estamos recuperando nosso sarcasmo, agora em ingles. A Carlota provavelmente porque nós duas somos fas da franquesa nua e crua. O problema é que nós duas juntas nao nos controlamos. Quem nos fala deveria assistir por onde pisa, de vez em quando.
O Pabel, do Peru, é uma das pessoas mais doces que ja conheci e tem me ensinado muito espanhol. Graças a ele eu ja tenho algumas conversas e tudo mais.

Acho que decidi falar aqui de algumas dssas pessoas que tem se tornado minhas amigas porque uma das minhas preocupaçoes, no inicio, era sobre as amizades. Eu esperava que fosse fazer amizades rapidamente, uma vez que aqui a gente vive de certa forma sozinho e junto ao mesmo tempo. Pra minha surpresa, passei o primeiro termo sem nenhum amigo concreto, e agora, que me desliguei disso e segui vivendo o colégio que agora eu entendo melhor e sei como funciona, vejo que estou ficando amiga de pessoas maravilhosas.

Post aleatório esse, eu sei.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ok, agora ela quer colocar palavras em portugues na camisa tambem. Tipo "samba", "caipirinha" e "carnaval".

SOCORRO.
Espanhol é o cacete.

Que nao me entendam errado. Acho espanhol uma lingua linda, desde que cheguei no colégio e ouvi os español hablantes nas suas conversas acaloradas e tudo mais. Gostei tanto que estou aprendendo - Ou tentando aprender.

De toda forma, existe uma diferença bem grande entre entender/tentar falar espanhol e transformar isso na minha lingua. Isso é óbvio, nao? (:

Entao me explique o por que da professora de espanhol tem a brilhante idéia (e ainda espera que todos a aceitem) de colocar na frente da camiseta da Semana Latina algo como "Aqui se fala espanhol".

Espanhol é o cacete. O nome é semana Latina e nao semana hispanica ou nada do tipo. Eu falo portugues, a Marcela fala portugues, a Shai fala portugues. E ainda tem a porra dos Surinames que nao falam espanhol. Portanto, faça-me o favor e me poupe.

Grrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

10 Coisas para se fazer...

enquanto se passa 1 semana no centro medico, com catapora:

1 - pegue a cadeira de rodinhas e brinque de descer na rampa

2 - aprenda a andar de muletas - ainda que nao precise delas.

3 - Leia todos os manuais de "Como lavar as maos" e "Meios faceis de prevenir a influenza A"

4 - Aprenda termos medicos em italiano.

5 - Leia bulas

6 - brinque com a sua cama de rodinhas, pegando duas vassouras e passeando, deitada, pelo quarto.

7 - Tome 6 tipos diferentes de chá.

8 - Passeie com a cadeira de rodinhas de um quarto pro outro.

9 - Um caminho de obstaculos, depois que voce ja é mestre das muletas, é uma otima ideia.

10 - Escute pedacos de conversas dos pedestres que passam do lado de fora e quando aquela fofoqueira vier te visitar, minta dizendo que sabe dos maiores babados por causa disso, mas que obviamente nao vai contar, sao coisas muito serias. Faca uma cara bem cinica quando contar e - importante: Cuidado pra ela nao querer passar a noite com voce. (: