segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Esqueceram de mim - Padova

A criatura coloca o celular pra despertar 1 hora e 15 minutos antes do horario marcado. Dai entao, na mais suprema das inteligencias, simplesmente esquece da hora. Foi o que aconteceu comigo na manha de sabado, quando eu supostamente iria encontrar o grupo do colegio numa praça a 2 minutos da minha residencia, pra ir a Padova.

"Phoebe, pleease, ask the people to wait for me, for ten minutes!"
"Phoebe, por favor peça as pessoas pra que me esperem por 10 minutos!" (Incrivel como se pode ser mais educado em lingua estrangeira (??))

Foi o que eu disse quando, as 6:51, eu ainda estava indo me vestir. A verdade foi que eu nem me apressei. Ainda mantenho meu odio por relogios e por correr por conta dos mesmos. Cheguei na praça as 7:07 minutos.


E estava completamente vazia, com um chines parado no meio da rua.

Eu perguntei onde estava todo mundo, o Jessy me disse que provavelmente ja tinham ido. Depois disso os outros 5 minutos foram seguidos de palavroes em portugues, em ingles e sei la mais que linguas, com um Jessy incrivelmente de olhos abertos, me olhando sem entender nada.

Voltei pra casa xingando a todos que poderiam ou nao estar dentro do onibus e simplesmente soltei fogo pela boca quando minhas roomates riram por eu ter perdido o onibus indo pra Padova. Eu simplesmente teria o sabado mais entediante de toda a historia (em Duino), fazendo absolutamente nada o dia inteiro. E pior - Eu nao conseguiria de forma alguma voltar pra minha cama confortavel e dormir.

Eis que me surgiu a ideia de pegar um laptop emprestado e ir pesquisar na internet uma forma de ir a Padova sozinha e, caso tivesse sorte, encontrar as pessoas do colegio. Santo Google me indicou o nome da empresa de trens daqui da italia, e eu vi que tinha um trem saindo as 8:41 de Monfalcone, uma estaçao de trem a 10 minutos daqui.

Peguei minhas coisas, parti pra Monfalcone sozinha. Alias, nao, nao sozinha. Eu, um dicionario Italiano-Portugues e um guia pratico para viagens, bem como dois pacotes gigantescos de biscoitos.

Nunca se sabe quando vai-se ficar completamente perdida num lugar desconhecido. E, pior que a ideia de ficar perdida, è a ideia de morrer de fome em qualquer lugar.

Com um italiano muito porco pedi que o motorista me deixasse na estaçao de Monfalcone, e, chegando a mesma, minha luta com a maquina iniciou-se. Eu queria uma passagem de oito euros, ela me queria cobrar 16. Eu queria meu troco em dinheiro, ela me dizia que nao tinha dinheiro pra me dar.

Ate que, faltando um ou dois minutos para que o meu trem viesse, peguei minha passagem e o troco e corri pra plataforma.

Entrei numa segunda classe que mais me parecia primeira, fiz baldeaçao numa estaçao de trem que era como 10 Monfalcones, e depois de duas horas cheguei em Padova.

Fui direto a uma banca de revistas e pedi a atendente um mapa de Padova. "Do you have here something like a map of Padova?"

E a senhora me respondeu algo como "Not in this way. The right way to ask me is "Here you have a map of Padova?" O que me fez olhar pra ela com uma cara provavlemente MUITO indefinida, num misto de querer rir e achar tudo aquilo realmente sem noçao.

Sai da loja de revistas com um mapa maior que eu nas maos e assim fui, caminhando por algo que me parecia ser uma avenida central levando todos aqueles carros ao centro. Sem me preocupar de verdade em identificar no mapa por onde eu estava andando, de repente me deparo com um garoto magrelo de camisa laranja. So poderia existir um garoto magrelo de camisa laranja em toda a Padova. So podia ser o Eggi.

Tenho de adimitir que, durante a viagem no trem, me ocupei de comer biscoitos e ter ideias doq ue fazer em Padova, caso nao encontrasse ninguem do colegio e ficasse completamente perdida. Entre as muitas ideias, a melhor foi de fazer um video com a minha camera, falando com o pessoal do Brasil e contando toda a historia. Sabe como é, so pra divertir as pessoas com a minha tragedia.

Mas, quando eu vi o Eggi andando aleatoriamente pela rua, meu primeiro impulso foi gritar loucamente o nome dele, enquanto ele veio ate mim e perguntou "Do you know where i can buy cigarretes?" "Sabe onde eu posso comprar cigarros?"

Compramos os cigarros e fomos pro lugar em que o grupo do colegio estava - Que, por sinal, era completamente escondido no  meio da cidade, e que eu nunca seria capaz de encontrar sozinha.

Os primeiros minutos foram seguidos de olhares assustados e perguntas sobre como eu tinha conseguido chegar, bem como se eu tinha fumado alguma coisa logo pela manha, pra ir sozinha a um lugar que eu nem conhecia, sem saber onde eles estariam.

Valeu a pena. :DDDDD

Ciao, ppl.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Ordem?

Eu quis cantar
Minha canção iluminada de sol.
Soltei os panos sobre os mastros no ar,
Soltei os tigres e os leões nos quintais
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer.

Uma estrofe conta sobre um dia.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Creepy.

Que nao se entenda errado o que aqui digo e que nao se façam julgamentos previos.

Algumas palavras aqui nao saem das bocas das pessoas. Algumas delas sao "actually", uma vez que todos aqui sabemos da verdade absoluta de todas as coisas. Eu poderia incluir tambem "cazzo", mas dai estaria me referindo apenas a uma pessoa. E nao, nao sou eu. G_G

 "Actually, its not like that, the guys in Hong Kong..."
"No no no, actually they eat a lot of..."
"O-M-G boy, are you crazy? Actually they dont eat that much..."

A segunda delas é "challenging". Nem sei se essa é a forma correta a se escrever. Tudo dentro do UWC do Adriatic pode se tornar uma missao dificil. Desde cozinhar macarrao - quando simplesmente todas as panelas do colegio desaparecem - até dormir. é, dormir pode ser uma missao dificil.

Mas uma extremamente constante e que provoca muxoxos e lamentos quando escutada é "disappointing". é sem duvida a palavra mais dita por aqui, quando algo ruim acontece, quando alguem esta de mau humor, ou quando se deseja expressar que esta realmente triste. Decepçao. Decepçao é uma constante aqui, mesmo que passe longe de anular a experiencia fantastica que se vive.

De fato, a vida é tambem sobre decepçoes, ja me disse alguem, ha muito tempo, quando eu nem existia mesmo. Vive-se de expectativas e, consequentemente, quando nem todas elas sao satisfeitas, o monstro vem destruindo aquilo que a gente imaginava ser o presente, ou o futuro - até o passado.

Mas o que ocorre aqui é que em um dia se vive uma semana. Em um dia se é capaz de tirar conclusoes e ter ideias que, num mundo normal - porque esse aqui nao se inclui no grupo das coisas normais - tomariam muito tempo para surgirem. Em consequencia, muitas experiencias, mudanças e decepçoes podem acontecer num so dia.

é o que me tem ocorrido. Nao com relaçao a mim mesma ou aos meus colegas, mas em relaçao aos meus professores. Tenho que dizer que realmente nao sao o que eu esperava, e que sinceramente alguns deles sao decepcionantes.

Ontem, por exemplo, eu soube do caso de uma professora de biologia que, enquanto almoçava com todos os alunos, viu uma menina da Africa com uma bandeja onde tinha bastante comida e fez um comentario asqueroso sobre isso, relacionando ao lugar de onde ela vinha.


Seres humanos desse tipo me provocam um verdadeiro asco. Porque quando se fala de alguem que nao teve acesso a educaçao nenhuma, que nao tem culpa pela propria ignorancia, é realmente algo que se procura compreender. Mas quando se trata de uma professora de um colegio como o meu, rodeada de gente do mundo inteiro, voce simplesmente começa a ter nojo assim que olha pra tal criatura.

De qualquer forma, tenho sobrevivido as aulas de biologia com as palavras muito mal cuspidas por ela. Saudades do Mazzetti, que fazia citoplasma, nucleo ou o que quer que fosse se transformarem em coisas fantasticas que despertam o interesse de qualquer um.

O mesmo acontecem nas aulas de matematica. Eu, que em matematica me classifico muito abaixo do mediocre, mas que tive a oportunidade de ter aulas com um professor fantastico, hoje me deparo com um certo senhor simpatississimo - mas que nao sabe nada sobre raciocinar.

Talvez ate saiba, mas o trabalho arduo - que é me fazer entender o raciocinio, ele nao completa muito bem, mesmo porque nem tenta. Nas aulas de matematica o que temos feito é decorar que botoes apertar numa calculadora avançadissima - e cara.

Ao mesmo tempo, eu me sinto grata pela bagagem que me foi dada. Graças a gente como o Ivail, por exemplo, eu sei o que faço na calculadora - ou pelo menos tento saber. E, graças aos professores de biologia anteriores que ja tive, me desprendo das aulas de biologia pra relembrar tudo o que ja aprendi e que preciso estudar novamente aqui.

De qualquer forma, todas as coisas tem estado melhores. Eu tenho passado a ter uma visao mais abrangente e talvez ate mesmo realista sobre o colegio, largando aos poucos a utopia que eu mesma sabia nao existir, mas a que, adimito, adorava ficar agarrada. Como um fio de esperança de que, num lugar controlado por gente de verdade, as coisas pudessem de fato correr bem.

A verdade, infelizmente, é que nao podem, por mais que esse lugar em que eu vivo seja maravilhoso e que me faça crescer muito a cada dia.

Provavelmente vai sempre encontrar-se um boçal qualquer pra dizer que a menina da africa ja deveria estar acostumada a comer pouco, ou um outro qualquer pra falar contigo como se voce fosse um idiota - o que faz dele um boçal maior ainda. E voce, bem. Voce sabe disso.

Ciao, ragazzi.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Io parlo.

Tu parli, lui\lei parla, noi parliamo, voi parlate, loro parlano.

Io chiudo, tu chiudi, lui\lei chiude, noi chiudiamo, voi chiudete, loro chiudono.

Io leggo, tu leggi, lui\lei legge, noi leggiamo, voi leggete, loro leggono.

ITALIAN SKILLS! n