quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Nao fui eu, Manel. Foi meu eu-lirico.

Ciao a tutti. :D

Ainda me lembro quando me inscrevi pra seleçao de pessoas a participar da MUN no Egito e nao fui selecionada. Hah. Very big deal. A verdade é que as pessoas aqui acham essas coisas importantes - assim como eu. A diferença se da na nossa intensidade.

Pois bem. Por fim, vi uma nota na espécie de diario comunitario que nos temos aqui, falando sobre um tal Festival de Criatividade de Maribor, na Eslovenia. Com English essay, economics internal assessment, history essay, 2 lab reports e coisas do tipo, passei longe do festival quando vi que precisavamos escrever um outro essay pra que fossemos selecionados.

Até que, no ultimo dia de inscriçao, graças a um outro aviso no diario, eu decidi escrever a bendita redaçao e deixei todas as outras coisas pavorosas pra tras. Eles pediram algo criativo na redaçao, nada formal. Escrevi em 500 palavras algo como "I want to go to the Spring Festival in order to refute my favorite poet" (Eu quero ir ao Festival de Primavera para refutar meu poeta favorito), esse tipo de coisa que pessoas que se acham artisticas acham diferentes e tem sua atençao presa por esse motivo e tudo mais. Por fim fui selecionada. Hah. Very big deal.

O negocio é que eu nao mereço ir ao Festival. Porque eu sou uma mentirosa terrivel. Na redaçao eu disse que meu poeta favorito é o Manuel Bandeira e eu nem tenho um poeta favorito!E pior, eu disse que queria refutar um sujeito que nem é meu poeta favorito, quando na verdade nem ligo a minima pro que ele pensava ou deixava de pensar.

O problema é que eu queria muito ir ao Festival. E dai eu poderia escrever esse tipo de coisa simples do tipo "Hey. I wanna go to the Festival because writting is what makes me the happiest person on earth. My best regards, Eduarda." (Hey. Eu quero ir ao Festival porque escrever é o que me faz a pessoa mais feliz do mundo. Meus cumprimentos, Eduarda.). E eles olhariam pra isso e partiriam pro proximo email 5 minutos depois. Ou nao.

O lance é que quando pedem pra que voce seja criativo, pedem pra que voce escreva algo diferente do que a maioria iria escrever. O lance é que eu sou normal, e eu quero ir a uma droga de festival porque eu amo escrever e pronto! Mas nao. Entao, em nome da criatividade, eu disse que queria refutar o coitado do Manuel Bandeira - do qual so conheço uma duzia de poemas - porque ele dizia que ele nao escrevia poesia quando ele queria mas sim quando ela, poesia, queria. Ok, eu nao concordo mesmo com isso. Boa palhaçada melodramatica e tal. E dai expliquei o porque, e dei argumentos correlacionando-os com o Festival, com inspiraçao, e ainda me dei ao direito de terminar dizendo que eu e o Festival combinavamos um com o outro e toda essa besteira.

Hah. Mas enfim, acho que o Festival vai ser muito bom e me fazer sentir util e criativa de novo. Finalmente vou ter tempo pra me dedicar a escrever e tudo mais. é. Pelo menos eu disse isso, como uma verdade, tambem.

Na verdade as unicas mentiras foram que o Manuel Bandeira era meu poeta favorito e que eu queria refuta-lo. Hah. é que isso foi o ponto alto da redaçao e tudo mais. 

Mais verdade ainda é que nao fui eu quem escrevi tudo isso e portanto nada era mentira. I mean, quando eu escrevo nao sou eu mesma. Sou so o meio, e pessoas artisticas deveriam entender isso. Fui criativa e escrevi uma historia. A historia da garota que realmente queria refutar o poeta favorito dela, que por  um acaso era o Manuel Bandeira. Entao nao fui eu, Manel.

Foi meu eu-lirico.

Bacio.

P.S.: Sofro de consciencia inversa. Cuidado. Potencial para sociopatia.

3 comentários:

  1. " (...) quando eu escrevo nao sou eu mesma. Sou so o meio, e pessoas artisticas deveriam entender isso."

    P.S.: Sofro de consciencia inversa. Cuidado. Potencial para sociopatia. [2]

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  2. GURIA!!!!!!!!! em um tempo não muito longincuo eu chamaria isto de mediunidade HHHHHHHHHHAAAAAA!quq quq qua qua qqqqqqqqqqqqqqqqqquuuuuuuuuaaaaaaaaaaa.

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