sábado, 1 de maio de 2010

Nada brilhante. O progresso, porém...

No UWC day, um dia que nós tivemos aqui no colégio e quando aconteceram uma série de worksops discutindo o nossocolégio e tudo mais, eu participei de uma discussão sobre o IB Learner Profile. Desse documento, nós escrevemos um manifesto, dizendo, bem claramente, o que esperávamos do IB e o que entendíamos por eucação. Bem idealista.

Falando assim pode parecer que eu sou uma pessoa que adora escrever documentos, manifestos e derivados. Wannabe revolutionary. Olha, talvez, é. Eu gosto de falar quando algo não me agrada. E quando não se pode falar, a gente escreve.

Porém, o tal manifesto do qual estou falando aqui foi organizado por dois funcionários que eu adoro, o Alberto e a Valentina. Tal manifesto foi apresentado no ultimo dia 29, numa conferencia em Trieste sobre educação na região do Adriático.

Um bando de alunos daqui do colégio foram a reunião, incluindo a minha pessoa. Nós deveríamos falar, na frente de todas as pessoas lá presentes, apresentado cada  um, um tópico do manifesto.

Que se deixe claro que eu aqui escrevo não pra falar sobre o manifesto em si, porque sobre essas coisas eu já estou cansada de escrever e de conversar, sinceramente. Mas esse post eu senti vontade de escrever pra falar do discurso que eu tive de fazer na tal conferência, o discurso que eu fiz em inglês.

Foi a primeira vez que eu tive de falar na frente de tantas pessoas, em inglês. E, bom, quem já leu os posts do início do ano letivo bem sabe que eu era um lixo falando em inglês.

O negócio é que, quando eu aceitei ir à conferência, nem sabia que tinha de fazer um discurso, pensei que fosse só assistir. Na noite anterior ao tal evento, fiquei sabendo do discurso e lembro de ter escrito o mesmo meia hora antes de sair da minha residencia pra pegar o onibus do colegio e ir a Trieste, onde tudo aconteceria.

"Tudo" aconteceu num hotel em trieste, do tipo que a gente aqui classificaria "posh". Tivemos de usar roupas formais, falar formalmente e ficar entediadíssimos, claro.

Em certo ponto chamaram meu nome, eu me levantei, bateram palmas. Eu não sei POR QUE as pessoas bateram palmas quando eu me levantei. Ninguém ali me conhecia. Eu poderia ser a pior pessoa do mundo, mas eles iriam ainda bater palmas. Detesto essas coisas feitas só por educação.

De qualquer forma, eu me sentei na tal cadeira, coloquei o microfone da mesa mais pra perto de mim e comecei a falar. O papel com o discurso estava na minha mão, mas eu não li coisa alguma. Meu discurso não foi dos mais formais do mundo, porque eu simplesmente senti que TINHA de falar de forma que fosse natural e que expressasse minhas idéias de verdade - E que não fizesse as pessoas dormirem.

Falei tudo, expliquei, dei exemplos. Quando eu terminei alguém, numa das primeiras filas, disse algo como "brilhante" enquanto batia palmas. Eu procurei com os olhos quem o havia dito, mas a palavra já se tinha ido. O que eu disse não era brilhante. Mas só o fato de ouvi-lo me fez imensamente feliz, pelo fato de que tinha sido meu primeiro discurso em inglês. Sem gaguejar. Sem querer expressar uma idéia sem conseguir.

Eu queria que meu professor de inglês (aquele, que eu detestava no início do ano) estivesse lá e tivesse me visto. É só que eu fico feliz quando vejo o quanto progredi aqui, o quanto minhas perspectivas mudaram, minhas atitudes mudaram, e o quanto aprendi. Escrevi aqui porque queria só dividir o quanto feliz me faz ver que agora eu posso escrever histórias em duas línguas, que, quando temos de escrever redações e depois lê-las pra classe inteira, toda  a minha turma presta atenção quando leio o que escrevi, e depois as comentam, mesmo que muito tempo depois, porque não as esquecem.

Adeus frustração falada e escrita.

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