quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

De repente Moulin Rouge.

Primeiro dia em Paris. Férias. Amanhece (as 11 da manha, o horario que a ausencia de aulas lhe permite alcançar na cama) o domingo, pega-se uma bicicleta, mochila e par de luvas. Vai-se a pedalar pela cidade, conhecer o jeito, como funciona, o ritmo, a intensidade. Paris era quase uma musica. Os patos no rio, crianças no carrossel, museus, milhares de champs, torre...

Caminha-se devagar para digerir cada passo, cada nome de rua. Os prédios declarando a sua idade pela diferença de suas posiçoes na calçada, a ausencia de folhas nas arvores. O inverno é lindo! Apenas o primeiro deles.

Pega-se a bicicleta novamente. Ate as bicicletas sao diferentes. A cena cliche dos cabelos ao vento, o pedalar desacelerado que se tem apenas para apreciar a bela paisagem...


Besteira.

Domingo, meu primeiro dia aqui. Férias! É claro que voltei ao habito antigo de me abster do café da manha.  Dormi até as 11, bocejei o sono acumulado por 3 meses.
Turista sem saber nada sobre Paris, qual a melhor opçao para conhecer a cidade de forma segura e confortavel?
Va andar de bicicleta pelas avenidas mais importantes, CLARO. De preferencia quando elas NAO estao mais fechadas para as bicicletas e quando existem milhares de motos e carros em alta velocidade. Por favor nao se esqueça de ESQUECER o frances que havia aprendido na escola por 4 anos. Para se distrair xingue alguns palavroes em portugues e tudo ficara bem.

Foi absolutamente legal, na verdade. Aprendi a andar de bicicleta sem ser aropelada pelos carros nas avenidas mais movimentadas, vi patinhos pelos rios, andei pelos lugares em que eu sonhava andar, respirei o ar das igrejas, dos museus, dos milhares de turistas e das lojas caras...

Fiquei apertada para fazer xixi e todos os banheiros desapareceram instantaneamente, me deixando a opçao maravilhosa do Mc Donalds que se encontra em todo lugar...

Hora de voltar. Descubro que nao posso pedalar de volta pelo caminho por onde fui. Busco um alternativo, seguindo os carros, as placas, as inscriçoes no asfalto. Sem encontrar paisagem que ja tenha visto, me sinto perdida. "Je ne sais pas où je suis, monseur..." "Je me suis perdù, monseur..." "Do you speak english?... Good, thank God! Cuz i completely dont know where I am."
Chego ao Gare du Nord. Uma vez que sei onde estou, pedalo idiotamente sem me preocupar com a altura em que devo dobrar pra voltar a casa.

Anoitece. Letreiros neon, milhares de luzes.

Um sex shop, dois, tres. Um restaurante supostamente japones chamado "Sakana". Vitrines com produtos eroticos e pessoas andando normalnete pela rua com tudo aquilo em volta. Me vejo na estaçao de metro chamada Pigalle. Havia passado duas estaçoes desde Anvers, onde eu deveria virar pra alcançar a Rua Turgot.

Pedalei de volta pra casa, deixando o Moulin Rouge a brilhar atras de mim...

4 comentários:

  1. Sabia que Sakana vem do hebraico?
    Tipo, "sacanagem" é derivação de "sakana" que significa 'perigo' em hebraico... eu não lembro em que época foi, mas tinham muitas polonesas prostitutas, e quando elas viam os policiais chegando gritavam "sakana!" e tals, ai surgiu sacanagem. q
    conhecimento inúteil, beijas ;*

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  2. aai que lindo duda *_* quero tanto ;_;
    PRECISO DO SEU ENDEREÇO.

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  3. Vou dar um pulo no bar pra dizer a eles que o restaurante deveria ser de tradiçao hebraica e nao japonesa. hahah

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  4. Não há como deixar de perceber os teus avanços na forma e no contexto dos teus relatos. Porra eu fico completamente extasiado e orgulhoso de tua evolução. A propósito a Luh gastou na cultura e conhecimento, vou adiciona-la como amiga.

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